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A Culpa é das Estrelas

Infelizmente, alguns infinitos são maiores que outros.

Talvez a obra atual mais realista e de certa forma triste que já li. Entretanto, após a leitura, me lembrei de uma frase que foi dita por Ludwig Jacobowski em seu poema Leuchtende Tage: "Não fique triste porque acabou, mas fique feliz porque aconteceu." De certa forma, essa reflexão traduz o que senti ao fechar o livro. A história de Hazel e Augustus não é apenas sobre perdas, mas sobre a beleza dos momentos vividos, por menores que sejam.

A Culpa é das Estrelas é o mais famoso romance escrito por John Green, lançado em janeiro de 2012. Nesse livro, acompanhamos parte da história de Hazel Grace, uma garota de 16 anos que, aos 13, foi diagnosticada com câncer de tireoide em estágio avançado, que mais tarde acabou se espalhando para seus pulmões. Talvez seja injusto defini-la apenas por essa condição, porque, mesmo que a doença terminal faça parte de quem ela é, "ter câncer" não resume tudo sobre ela — mesmo que isso impacte quase todos os aspectos de sua vida.

Acompanhar a história de Hazel Grace e Augustus Waters foi algo único. Personagens tão reais que me fazem duvidar do fato deles terem sido fictícios, mesmo após do alerta do autor no prefácio. Este livro é carregado de filosofias e sentimentos profundos, e confesso que isso me surpreendeu, principalmente por se tratar de um livro adolescente. 

Acredito que se apaixonar é um dos efeitos colaterais da adolescência. Mas não é tão simples quando se está morrendo, ou melhor, quando se está constantemente lutando para viver. Talvez nada seja tão simples quando um câncer (que é feito de você) está sabotando o seu corpo e lentamente te matando. Porém tenho a necessidade de destacar que, no fim, todos estamos lutando para viver. Porque, afinal, a morte é apenas um efeito colateral da vida.

Hazel enxerga o mundo de uma forma diferente da minha. E creio eu, que essa é uma das belezas de se conhecer pessoas (ou personagens) por meio de livros. Entender seus pontos de vistas, seus pensamentos mais profundos, sem conhecê-los pessoalmente — até porque em caso de personagens fictícios isso é impossível — é algo magnífico. Isso faz com que criemos uma conexão com eles e mesmo após a leitura, acabamos levando um pouco deles conosco.

Em conclusão, a leitura foi uma experiência envolvente, e cada personagem contribuiu para tornar a história ainda mais marcante. Este best-seller faz jus ao seu reconhecimento, e recomendo a todos que apreciam uma boa narrativa.

Escrito por Vitória Oliveira de Jesus


Playlist para a leitura: 

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